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domingo, 5 de junho de 2011

Arquitectura Renascentista (Maneirismo)

Arquitectura Renascentista

Chama-se Arquitectura do Renascimento ou renascentista àquela que foi produzida durante o período do Renascimento europeu, ou seja, basicamente, durante os séculos XIV, XV e XVI. Caracteriza-se por ser um momento de ruptura na História da Arquitectura em vários aspectos: nos meios de produção da arquitectura; na linguagem arquitectónica adoptada e na sua teorização. Esta ruptura, que se manifesta a partir do Renascimento, caracteriza-se por uma nova atitude dos arquitectos em relação à sua arte, passando a assumirem-se cada vez mais como profissionais independentes, portadores de um estilo pessoal. Inspiram-se, contudo, na sua interpretação da Antiguidade Clássica e na sua vertente arquitectónica, considerados como os modelos perfeitos das Artes e da própria vida.

    A arquitectura do Renascimento está bastante comprometida com uma visão de mundo assente em dois pilares essenciais: o Classicismo e o Humanismo. Além disso ainda que ela surja não totalmente desvinculada dos valores e hábitos medievais, os conceitos que estão por trás desta arquitectura são os de uma ruptura com a produção artística da Idade Média (em especial com o estilo gótico).

    A história da arquitectura do Renascimento está dividida em dois grandes períodos:
  1. Século XIV e início do XV- Neste primeiro momento destaca-se a figura de Filippo Brunelleschi e uma arquitectura classicista
  2.  Século XVI- Neste momento, as características individuais dos arquitectos já começam a sobrepor-se às da canonização clássica, o que irá levar ao chamado Maneirismo. Atuam arquitectos como Michelangelo, Andrea Palladio e Giulio Romano.
A primeira manifestação da Arquitectura do Renascimento foi a construção da cúpula da Catedral de Santa Maria del Fiore em Florença, por Brunelleschi. Tal episódio não representa apenas uma mera mudança no perfil estilístico que predominava no cenário arquitectónico florentino, mas demonstra a ruptura que o Renascimento viria a representar na própria forma de produzir a arquitectura, abrindo caminho para a redescoberta do Classicismo.

O Renascimento caracterizou-se como um movimento praticamente restrito ao universo cultural italiano durante os seus dois primeiros séculos de evolução (entre os séculos XIV e XVI, aproximadamente), período durante o qual, no restante da Europa, sobreviviam estilos arquitectónicos, em geral, ligados ao gótico. No seu auge, na Itália, porém, a estética clássica começou a ser difundida em diversos países europeus devido a motivos diversos (como guerras, anexações de territórios, pelo facto de os artistas italianos viajarem pela Europa ou serem contratados por cortes diversas).

Independente das razões, é certo que esta difusão se dá já pela assimilação de certos ideais anticlássicos trazidos pelo maneirismo, estilo em voga naquele momento (início do século XVI). É um momento em que a tratadística clássica está plenamente desenvolvida, de forma que os arquitectos, de uma forma geral, possuem um bom domínio das regras compositoras clássicas e da sua canonização, o que lhes permite certa liberdade criativa. Esta leve liberdade de que gozam os artistas do período será naturalmente absorvida pela produção renascentista dos países fora do espectro cultural italiano. Há que se notar, porém, que existem estudiosos que não consideram o maneirismo como um movimento ligado ao Renascimento, mas um estilo novo e radicalmente contrário a este. Desta forma, a produção dita maneirista dos demais países europeus pode vir, eventualmente, a não ser considerada como uma arquitectura genuinamente renascentista. Em certo sentido é possível dizer, segundo tal ponto de vista, que tais países "pularam" directamente de uma produção tipicamente medieval para uma arquitectura pós-renascentista (como na França).

Como as formas de difusão diferem de país para país, ainda que a arquitectura produzida por aqueles países neste momento seja efectivamente renascentista, existe um Renascimento diferente para cada região da Europa (pelo menos do ponto de vista arquitectónico). Será possível falar em um Renascimento francês, um Renascimento espanhol e um Renascimento flamenco, por exemplo.

Em Portugal, as formas clássicas difundir-se-ão apenas durante um breve período, sendo logo substituídas pela arquitectura manuelina, uma espécie de reaparecimento dos estilos medievais e considerada por alguns como o efectivo representante do Renascimento neste país, ainda que prossiga uma estética distante do classicismo (insere-se, de facto, no Estilo gótico tardio).

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